Fonoaudiólogos promovem qualidade de vida em idosos

January 14, 2018 | Author: Anonymous | Category: N/A
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Fonoaudiólogos promovem qualidade de vida em idosos

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Lançamentos

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Criança Genial O livro “Criança Genial”, da fonoaudióloga Cláudia Cotes,com ilustrações de Dimaz Restivo, é o primeiro título da coleção “Fazendo a Diferença”, um projeto da Editora Paulinas em parceria com a ONG Vez da Voz voltado às crianças deficientes, que aborda o universo dessas crianças com deficiência de forma lúdica e educativa. Na história, a autora explora as diferenças que existem entre os elementos da natureza e aplica isso às pessoas. A parceria dá início a uma série de publicações que também conterão ilustrações em língua brasileira de sinais (libras) e também em braile. Segundo a autora, o livro será adotado na Campanha da Fraternidade de 2006, que terá a inclusão como tema. O lançamento do livro ocorreu em 22 de outubro, em Campinas (SP), durante evento realizado no Shopping D. Pedro. Em São Paulo, será lançado em 10 de dezembro, no Boa Vista Shopping, no bairro de Santo Amaro.

Caderno Ilustrado de Verbos Com 32 cartelas ilustradas de verbos (19,5 cm x 19,5 cm) e um manual explicativo, o “Caderno Ilustrado de Verbos” , de Patrícia Rodrigues Quintano Neira e Maria Silvia Cárnio, é um recurso pedagógico para o desenvolvimento da língua portuguesa. As autoras, com vasta experiência na área de deficiência auditiva, tomaram o devido cuidado de testar e aprovar este material em adolescentes surdos do Laboratório de Leitura e Escrita do Curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. A publicação é indicada para alunos do Ensino Fundamental 1; alunos surdos; alunos com necessidades educativas especiais; alunos de cursos de Língua Brasileira de Sinais (Libras); alunos estrangeiros ensino de Língua Portuguesa como segunda língua; alunos com distúrbios específicos de aquisição de leitura e escrita e alunos com distúrbios de leitura e escrita decorrentes de um quadro patológico.

CRFa VAI TRAÇAR NOVO PERFIL DO FONOAUDIÓLOGO

Quem somos? O que fazemos? consolidar os dados relativos ao campo

fase acadêmica, uma atuação com o

elaboração de um novo perfil do fonoaudiólogo, em parceria com o

O CRFa 2a Região deu início a

de trabalho e à formação especializada dos fonoaudiólogos do Estado de São

máximo grau de profissionalismo e autonomia.

Centro de Estudos Augusto Leopoldo Ayrosa Galvão (CEALAG), da Facul-

Paulo, entre outras informações relevantes e a sua evolução nesse

Para isto é essencial a sua participação, respondendo a esta

dade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Desde 6 de

período de oito anos, através da comparação dos dados entre este e o

pesquisa. Quanto mais amplo o universo de respostas, maior será a

novembro, a pesquisa está disponibilizada nos sites do CRFa

levantamento anterior. Com estas informações, o CRFa

garantia de que as informações obtidas reflitam a realidade da profissão. A

(www.fonosp.org.br) e do CEALAG (www.cealag.com.br)

poderá contar com informações atualizadas e confiáveis para definir e

confidencialidade será resguardada: os dados coletados não serão em nenhum

O último levantamento foi realizado pelo CRFa em 1997. Este

implementar políticas e estratégias de ação que garantam aos profissionais e

momento divulgados de forma a permitir qualquer identificação

novo perfil possibilitará atualizar e

aqueles que ainda se encontram na

individual do profissional.

Sua participação é fundamental. Acesse www.fonosp.org.br ou www.cealag.com.br. Ao acessar o site o fonoaudiólogo deve preencher no campo nome de usuário: pesquisafono. 2 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO

EDIÇÃO 64 - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2005

EDITORIAL Conselho Regional de Fonoaudiologia do Estado de São Paulo - 2ª. Região 7º Colegiado

Presidente Sílvia Tavares de Oliveira Vice-Presldente Anamy CecÍlia César Vizeu Diretora-Secretária Sandra Maria Vieira Tristão de Almeida Diretora-Tesoureira Ana Léia Safro Berenstein Conselheiros • Ana Léia Safro Berenstein • Anamy Cecília César Vizeu • Andrea Wander Bonamigo • Claudia Aparecida Ragusa • Cristina Lemos Barbosa Furia • Diva Esteves • Dulcirene Souza Reggi • Fernando Caggiano Júnior • Lica Arakawa Sugueno • Luciana Pereira dos Santos • Márcia Regina da Silva • Maria Cecília Greco • Mônica Petit Madrid • Roberta Alvarenga Reis • Sandra Maria Rodrigues Pereira de Oliveira • Sandra Maria Vieira Tristão de Almeida • Silvia Regina Pierotti • Silvia Tavares de Oliveira • Thelma Regina da Silva Costa • Yara Aparecida Bohlsen • Rua Dona Germaine Burchard, 331 CEP 05002-061 - São Paulo Fone/Fax: (011) 3873-3788 Site: www.fonosp.org.br Delegacia Regional da Baixada Santista Rua Mato Grosso, 380 – cj. 01 CEP 11055-010 - Santos Fone: (13) 3221-4647 - Fax (13) 3224-4908 E-mail: [email protected] Delegada: Isabel Gonçalves

O fim do ano se aproxima. É chegada a hora de comemorar, de celebrar conquistas e esboçar metas a serem atingidas no novo ano que se avizinha. E para nós, fonoaudiólogos, é um período ainda mais especial, em razão do Dia do Fonoaudiólogo, comemorado em 9 de dezembro. Neste dia, além de comemorarmos o 24o ano de regulamentação de nossa profissão, temos a celebrar a recente decisão judicial, que restabelece ao fonoaudiólogo o direito de solicitar exames e avaliações complementares. Em um momento de relações interprofissionais tão delicadas, em razão da tramitação do Projeto de Lei do Ato Médico, esta decisão vem consolidar nossa autonomia. No dia 19 de outubro, uma vez mais os profissionais da saúde estiveram

Delegacia Regional de Marília Rua Bahia, 165 - 4 o. andar, sala 43 CEP 17501-080 Marília Fone/fax: (14) 3413-6417 E-mail: [email protected] Delegada: Fabiana Martins

reunidos por todo o país, em repúdio ao Projeto de Lei 25/02. Acreditamos

Delegacia Regional de Ribeirão Preto Rua Bernardino de Campos, 1001 - cj. 1303 CEP 14015-130 - Ribeirão Preto Fone: (16) 632-2555 / Fax: (16) 3941-4220 E-mail. [email protected] Delegada: Ana Camilla Bianchi Pizarro

te para perceber que, se aprovada, esta lei irá prejudicar muito mais do que

Departamentos: Geral: [email protected] Cadastro/perfil: [email protected] Departamento Pessoal: [email protected] Contabilidade: [email protected] Eventos: [email protected] Fiscalização: [email protected] Jurídico: [email protected] Registros/Tesouraria: [email protected] Secretaria: [email protected] Supervisão: [email protected] Comissões: Divulgação: [email protected] Educação: [email protected] Ética: [email protected] Legislação e Normas: legislaçã[email protected] Licitação: [email protected] Ouvidoria: [email protected] Saúde: [email protected] Convênios Médicos: convê[email protected] Tomada de Contas: [email protected]

que as pessoas que vão decidir sobre este assunto estão preparadas o suficien-

favorecer a população. A Fonoaudiologia está totalmente envolvida nesta causa, e assim estaremos até o fim. E esperamos que todos estejamos juntos, para que desta forma possamos beneficiar aqueles que dependem do atendimento dos profissionais da saúde. Temos a comemorar, também, a assinatura de um Protocolo de Intenções entre o Conselho Regional de Fonoaudiologia da 2a. Região e a Assembléia Legislativa de São Paulo, que abre as portas para uma participação mais efetiva na definição de ações de interesse público em nossa área.

REVISTA DA

Com uma sessão solene, na Assembléia Legislativa, no dia 8 de dezemN° 64 – NOVEMBRO/DEZEMBRO 2005 ISSN – 1679-3048

bro, o Conselho celebrará o Dia do Fonoaudiólogo. Durante o evento, será

Tiragem: 12.200 exemplares

Editor e jornalista responsável: Elisiario Emanuel do Couto MTb 8.226 Produção Editorial e Gráfica: Insert Consultores em Comunicação Ltda. Tel. (11) 5524-8762 / e-mail: [email protected] Redação: Rua Dona Germaine Burchard, 331 CEP 05002-061 - São Paulo, SP Fone/Fax: (011) 3873-3788 E-mail: [email protected]

outorgado o prêmio “Destaque da Fonoaudiologia 2005” ao profissional que mais se destacou pelas ações realizadas em prol da Fonoaudiologia. Contamos com a presença de todos para prestigiar o evento e a Fonoaudiologia. A festa é de todos nós. A comemoração é

FOTO: RUBENS GAZETA

Comissão de Divulgação Márcia Regina da Silva - Presidente Diva Esteves Roberta Alvarenga Reis Cristina Lemos Barbosa Furia Luciana Pereira dos Santos Sandra Maria Rodrigues P. de Oliveira

de todos nós. Vamos comemorar juntos.

Impressão: Prol Editora Gráfica Para anunciar ligue: (11) 3873-3788 As opiniões emitidas em matérias assinadas, bem como na publicidade veiculada nesta publicação são de inteira responsabilidade de seus autores. Os textos desta edição poderão ser reproduzidos, desde que mencionada a fonte.

EDIÇÃO 64 - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2005

Silvia Tavares de Oliveira Presidente do CRFa 2a Região REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 3

Gagueira não tem graça. Tem tratamento. essencial ter bem claro o que é

É

quebra da fluência.

fluência da fala, para entender todos os distúrbios que nela

A maior incidência no sexo

Preocupante... Discussões à

masculino sugere a existência de uma base orgânica determinante, acrescida

ocorrem. A gagueira é uma delas e é entendida como um distúrbio que se

parte, o índice de incidência da gagueira, em suas variadas formas, é preocupante:

da maior pressão social sobre o homem, mas isso, como muitos outros

caracteriza por interrupções atípicas e involuntárias no fluxo da fala, tais

alcança 4% da população mundial e sua prevalência é de 1%, com proporção

dados a respeito da gagueira, ainda não foi comprovado.

como: repetições, bloqueios, prolongamentos, tensões corporais e/ou

entre três a quatro vezes maior no sexo masculino. Em números, são 60 milhões

A fga. Ignês Maia Ribeiro, também com atuação voltada para

orofaciais. Também conhecida como

de gagos no mundo e, no Brasil, pelo menos 1 milhão e 600 mil, independen-

fluência da fala, lembra que todas as questões da linguagem oral e escrita

Gagueira do Desenvolvimento, não é o único quadro que a Fonoaudiologia

temente da cultura, do credo ou de religião, com esmagadora predominân-

prevalecem mais no menino do que na menina. Comprova na prática: “em

reconhece como distúrbios da fluência: existem também a taquilalia, a

cia da gagueira do desenvolvimento. Estas informações foram confir-

nossa clínica, temos mais brinquedos masculinos. É um dado empírico

taquifemia, a gagueira neurogênica e a gagueira psicogênica (estas duas

madas pela fga. Eliana Maria Nigro Rocha, responsável pelo Ambulatório de

somado a um dado científico”. A fonoaudióloga lembra que

últimas, bastante raras). Alguns profissionais consideram a gagueira

Fluência do HSPE – Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo e inte-

nascem 1% de pessoas com surdez congênita. “Estatisticamente, é a

neurogênica como um tipo de afasia. Para a fonoaudióloga Eliana Maria

grante do Comitê Nacional de Fluência da Fala da Sociedade Brasileira de

mesma porcentagem das pessoas que gaguejam. No entanto, o que se faz

Nigro Rocha - especializada na área de fluência - a afasia origina-se de um

Fonoaudiologia, que tabulou os dados coletados na instituição e constatou que,

com criança que é apresenta deficiência auditiva? Temos uma série de

problema no sistema nervoso central e a gagueira neurológica também é um

entre os pacientes que procuram o Setor de Fonoaudiologia, 3% apresentam

programas de atuação precoce e de acompanhamento. A razão? Talvez

problema no sistema nervoso central, que apresenta como resultado uma

queixas relacionadas à alterações na fluência.

porque seja visível, permanente, perceptível e a sociedade foi sensibili-

4 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO

EDIÇÃO 64 - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2005

zada para a questão. E o que se faz

vezes mais em pessoas com casos de

se realmente é uma gagueira ou uma

para a criança que está disfluindo, severamente às vezes? Ainda ouvimos

disfluência na família”. A incidência familiar é confirmada pela fga. Eliana,

disfluência passageira, porque possui o conhecimento de como ocorre essa

frases do tipo ‘espera que isso passa, pare, respire, pense antes de falar’...”.

que aponta estudos que mostram que esta costuma ser verificada em até

aquisição. E isto deve ser feito o mais rapidamente possível. Muitas vezes

50% dos casos. “E também independe da

encontramos crianças nas quais a aquisição da linguagem, a articulação e

cultura”, complementa a fga. Ignês. “Se procurarmos nos vários extratos

a fala estão comprometidas e alguns aspectos psicomotores (a parte

sociais e culturais, sempre encontraremos a gagueira. Até entre os índios do

corporal) se mostram desorganizados. Este pode ser um campo fértil para

Xingu”. Para a fga. Eliana, qualquer

desenvolver uma gagueira”.

... e intrigante Uma informação intrigante é que a pessoa que gagueja, em geral menciona não conhecer ninguém que gagueja, excetuando os familiares, nos casos de gagueira familiar. “Quando fazemos um trabalho em grupo”, relata a fga. Eliana, “notamos um alívio inicial e depoimentos como ‘Gente, tem mais

gagueira necessita da intervenção e da avaliação do fonoaudiólogo com

pessoas como eu, não sou único...’ Considerando que, segundo as

inferir que a pessoa que gagueja tende a se ocultar e, como conseqüência, o que obtém destaque são as visões estereotipadas sobre gagueira veicula-

se interrompe de maneira imprevista do que o contrário. “Tivemos, nos últimos anos, uma revolução na área da disfluência e da gagueira. É imprescindível que o

das na mídia”. “São pessoas muito sensíveis,

fonoaudiólogo busque este conhecimento, esta especialização, para tratar

capazes, mas por se sentirem tão pressionadas e tão discriminadas,

seu paciente de maneira adequada. Caso contrário, mostrará a sua

acabam se retraindo e o sofrimento é intenso. Em geral o maior problema da

ineficiência e a da própria Fonoaudiologia”, preocupa-se a fga. Ignês Maia

gagueira não é da ruptura em si. A culpa, a vergonha de ter uma fala diferente da esperada é que marca...” Para a fga. Ignês Maia Ribeiro, é forte o mito que a gagueira é puramente uma questão emocional. “Com o avanço dos estudos na área da neurolingüística e da neurociência de maneira geral, a gagueira hoje é entendida com um distúrbio multicausal ou multifatorial, onde se observa um conjunto de fatores que podem provocá-la: não apenas o emocional, mas também ligados a aspectos motores da fala, afetivos, cognitivos e lingüísticos. Os estudos também apontam para evidências de transmissão genética. A gagueira ocorre três EDIÇÃO 64 - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2005

Muitas vezes, mesmo quando a gagueira surge de forma inesperada, os problemas emocionais aparecem mais em conseqüência dessa fala que

FOTO: ELISIARIO COUTO/INSERT

estatísticas, um grande número de pessoas apresenta gagueira, podemos

conhecimentos científicos e práticos

O fonoaudiólogo tem que estar atento para todas essas questões.

Ribeiro. A preocupação é também da fga. Eliana Maria Nigro Rocha. “Os A fga Ignês Maia Ribeiro lamenta ainda ouvir frases do tipo “pare, respire, pense antes de falar”... sobre o tema. “O fonoaudiólogo tem que ser procurado para fazer esse diagnóstico diferencial e, quando for o caso, efetuará o encaminhamento ao neurologista ou outro profissional de saúde.... Se uma pessoa tem um conflito afetivo muito grande, provavelmente necessitará ser

fonoaudiólogos estão ainda hesitantes em abraçar a causa da gagueira.” A fga. Sandra Merlo, presidente da Associação Brasileira de Gagueira – Abra Gagueira -, encontra algumas explicações para a não inserção do fonoaudiólogo nesta área. “Começa pela formação na graduação, com poucas informações, o que não estimula o estudante a entrar na área. São pouquíssimos os cursos que

encaminhada para a terapia com o profissional de saúde adequado”.

possuem a disciplina de Distúrbios de Fluência. O que existe, na maioria dos

Papel do fonoaudiólogo. “É o fonoaudiólogo que poderá confirmar

cursos, são algumas aulas sobre gagueira dentro de disciplinas que

REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 5

falam de distúrbios de linguagem de

fonoaudiólogo é médico”.

forma geral. Isso explica, em parte, porque o fonoaudiólogo ainda tem

“Tudo isso ocorre pelo desconhecimento da gagueira”, afirma Ignês.

único e este é o grande desafio do fonoaudiólogo. A pessoa que gagueja

dificuldade em lidar com gagueira”.

”A população não conhece, a pessoa que gagueja não conhece e os profis-

se sente responsável pela produção de sua fala, o que é um engano. Ela tem

sionais não conhecem a gagueira nem os tratamentos eficientes que já

algo que acontece de fato: a ruptura involuntária. Ela deve saber que essas

dispomos. O desconhecimento é

rupturas podem ser suavizadas. Muitas vezes, para tentar resolver a

uma pesquisa desenvolvida pela fga. Brasília Chiari há alguns anos, lembrada por Sandra, é que a visão dos estudantes de Fonoaudiologia frente à gagueira era (e provavelmente continua sendo) muito similar a dos leigos. “Até com preconceito em relação a uma pessoa que gagueja, o

FOTO: ELISIARIO COUTO/INSERT

Visão ainda distorcida. Outro ponto importante, constatado em

sua dificuldade de fala, ela acaba complicando sua situação”. Eliana relata a criação de tensões, de mecanismos que tem o intuito de evitar ou ocultar a gagueira. O trabalho do fonoaudiólogo é também de modificar essa visão que o

que não se esperaria”. Para Sandra, “esta visão estigmatizada da pessoa

paciente tem dele mesmo.

que gagueja como uma pessoa nervosa, irritada, tensa, desequilibrada

Apesar dessa confusão do paciente, e do próprio fonoaudiólogo,

permanece muito forte mesmo entre os fonoaudiólogos”.

o envolvimento deste profissional com a gagueira está crescendo, de

A fga. Sandra relata uma outra situação. “Quando a pessoa que gagueja não sabe da existência do fonoaudiólogo e que sua gagueira tem

“Cada ser que está a sua frente é

acordo com Eliana. “Há 20 anos tínhamos um reduzidíssimo número Fga. Sandra Merl Merloo : a população, a pessoa que gagueja e até o profissional ainda não conhecem a gagueira...

um tratamento fonoaudiológico eficaz, é muito provável que procure

imenso, não se sabe lidar com o

um médico. E muitos ainda confundem as profissões, pensando que o

desconhecido, não se sabe lidar com o diferente”.

de profissionais (apenas um profissional) da área falando sobre esse tema em nossos congressos. Hoje temos muitas pessoas e uma série de trabalhos científicos publicados, embora também seja verdade que são poucos ainda, em relação a outras áreas da Fonoaudiologia , mas com atuações bem marcantes”. “Bem marcantes, mas ainda no núcleo acadêmico”, lamenta Ignês. “Ainda não existe uma ampla divulgação. O próprio dia 22 de outubro, em que se comemora o Dia Internacional de Atenção a Gagueira, é um movimento internacional imediatamente trazido para o Brasil pela fga. Cláudia Regina Furquim de Andrade, em 1998, mas suas comemorações eram restritas ao núcleo acadêmico, às pessoas em busca de uma formação específica. Em 2005, procuramos ampliar: esta é a primeira ocasião em que este evento é estendido

6 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO

EDIÇÃO 64 - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2005

fortalecer, como se comunicar em

habilitados a tratar de distúrbios de

objetivo de difundir os conhecimentos e questionamentos” (veja notícia deste

diversas situações...”. A fonoaudióloga lembra também

fluência no Brasil inteiro. “Fazemos essa busca gratuitamente, mas nem sempre

evento na página seguinte). Ignês pontua que a gagueira é

que existem duas vertentes dentro da própria avaliação: uma mais claramen-

encontramos profissionais que demonstrem conhecimento e segurança com

um sério distúrbio de comunicação que afeta grande número de pessoas e

te delimitada no tempo, com objetivos específicos de avaliação e outra

relação ao seu trabalho. Após dois anos de buscas, percebemos que os melhores

que, quanto antes se iniciar o atendimento, melhor. “Dados norte-america-

que efetua uma forma de avaliação contínua no decorrer de toda a

profissionais tendem a ser aqueles que estão em constante aprimoramento, ou

nos comprovam que, se você atender a criança até um ano após o apareci-

terapia, modificando seus objetivos e sua abordagem em função do que vai

seja, fazendo especialização, mestrado ou doutorado, publicando trabalhos em

mento do sintoma, de maneira positiva, com fundamentação científi-

acontecendo. Para a fga. Sandra Merlo, os

revistas científicas ou apresentando trabalhos em congressos”. Um novo

ca, as condições para assumir posturas de comunicação muito mais saudáveis

fonoaudiólogos em geral não têm claro essas diversas linhas teóricas e esta

projeto está em andamento, para disponibilizar essa lista de profissionais

e efetivas são excepcionais, por causa da plasticidade neuronal”. Os adoles-

confusão acaba sendo ainda maior para as pessoas que gaguejam. “Existem

no site, tornando-a pública. Atualmente, 35 profissionais constam da lista de

centes merecem um atendimento especial, porque estão em um momen-

tratamentos eficazes, de diferentes

encaminhamento da Abra Gagueira, além das clínicas de universidades e

to muito complexo, em uma fase de grandes alterações hormonais, emocionais, sociais... “Imagine um adolescente que gagueja. É um agravante muito sério.”

FOTO: ELISIARIO COUTO/INSERT

à população de maneira geral, com o

faculdades. “É muito pouco”, diz Sandra. “Os profissionais enviam mensagens geralmente solicitando indicação de referências bibliográficas (neste caso, os direcionamos para sites com bancos de dados, como a Bireme e o PubMed, que indicam pesquisas, em geral, em

Vertentes de tratamento. Existem duas vertentes básicas de

inglês) ou relatam casos que não apresentam melhora e solicitam ‘dicas’

atuação, de acordo com Ignês. “Uma linha onde se desenvolve um progra-

do que fazer para recuperar esses pacientes. A rigor, estas não são funções

ma de promoção de fluência previamente elaborado e outra, mais

da Abra Gagueira, mas, por outro lado, se deixamos de atendê-los, bloqueamos

individualizada, que em minha experiência clínica tem provado ser mais efetiva, com mudanças mais profundas e duradouras”. Eliana lembra que esse atendimento individualizado não ocorre em uma seqüência pré-definida . “Temos várias ferramentas que serão utilizadas de acordo com o que acreditamos será bom para aquele indivíduo. Entre elas, trabalhos psicomotores (no sentido de refinamento da percepção e da movimentação de corpo), de facilitação da fala, de percepção das sensações que emergem durante a fala, de como lidar com isso, como se EDIÇÃO 64 - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2005

um canal. Nas respostas, apontamos que é imprescindível ter certeza do Fga. Eliana Maria Nigro RRoo cha ha: os fonoaudiólogos ainda hesitam em abraçar a causa da gagueira...

diagnóstico (verificando itens como: tipo de gagueira apresentado e existên-

linhas, que na maioria das vezes são

cia de outro distúrbio de fluência). Em segundo lugar, esclarecemos que

desconhecidos também das próprias pessoas que gaguejam. Ao não constatar

existem diversas abordagens teóricas (psicologia social, promoção de fluência,

resultados positivos com um tratamento de uma determinada linha, acham

análise do discurso, psicanálise, etc), com procedimentos de tratamento dife-

que tudo se esgotou”.

rentes, que derivam da forma como cada abordagem compreende a gagueira”.

Papel da Abra Gagueira. Para ajudar a reverter este quadro, a Abra Gagueira indica fonoaudiólogos

O site da Abra Gagueira pode ser acessado em www.abragagueira.org.br .

REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 7

Com o tema “Gagueira não tem

vicz e Silvia Friedman - com as

graça. Tem tratamento”, o CEFAC, a Abra Gagueira e o HSPE promoveram,

diferentes abordagens fonoaudiológicas no tratamento da gagueira.

de 16 a 22 de outubro, uma série de eventos de esclarecimento à população

Durante a semana, 84 perguntas foram encaminhadas, com respostas

em 16 estados brasileiros, envolvendo 35 cidades, entre eles oito municípios

imediatas O site registrou média de 200 acessos diários durante os dias

paulistas. A fga. Daniela Verônica Zackiewicz, vice-presidente da Abra

da campanha. Estes 12 textos permanecem no ar, em

Gagueira, destaca as ações desenvolvidas em praças públicas, shopping centers, locais de grande circulação, faculdades, hospitais, clínicas-escola, postos de saúde, creches e escolas. “Foram distribuídos banners, cartazes e

Dia Internacional de Atenção à Gagueira: eventos em 35 cidades brasileiras

www.abragagueira.org.br. O segundo fórum, presencial, foi realizado na sede do CEFAC, em São Paulo (SP), no dia 22, em ação conjunta com a Abra Gagueira e o HSPE e também teve como objetivo

folhetos, montadas tendas informativas com plantão de orientação, realizadas palestras, jornadas científicas e mesas

atingir esses dois públicos. Para uma platéia de 70 pessoas, foram apresentadas as diversas linhas de tratamento e

redondas com fonoaudiólogos e outros profissionais, apresentados depoimentos e oficinas com pacientes com

depoimentos das pessoas que gaguejam sobre seus tratamentos.

gagueira, triagens em clínicas-escola e lançamentos de livros sobre o tema”. Uma conquista excepcional foi a obtenção da

Para a fga. Daniela, que integrou a Comissão Organizadora Nacional da Campanha ao lado das fgas.

produção e veiculação gratuita de um comercial de 30 segundos na TV Globo, em rede nacional, de 20 a 22 de

Sandra Merlo, Eliana Maria Nigro Rocha e Ignes Maia Ribeiro, “os números, embora significativos, não conse-

outubro. Dois fóruns foram destaques da programação.

guem expressar a dimensão que a campanha teve, principalmente para as pessoas que gaguejam. Nos

O primeiro, online, disponibilizou 12 textos informativos na Internet, preparados por fonoaudiólogas de diferen-

inúmeros depoimentos e agradecimentos que tivemos a oportunidade de receber, alguns me chamaram a atenção:

tes linhas de atuação - Ana Maria Schiefer , Anelise Junqueira Bohnen, Beatriz Ferriolli, Claudia Regina Furquim de

pessoas com gagueira dando palestras em universidades, solicitando espaço em sala de aula para falar sobre

Andrade, Cristiane Moço Canhetti de Oliveira, Eliana Maria Nigro Rocha, Fabíola Juste, Fernanda Chiarion Sassi,

gagueira para os colegas de classe, dando entrevistas ao vivo, entregando folhetos, divulgando a campanha no

Fernanda Papaterra Limongi, Ísis Meira, Maria Cláudia Cunha, Mônica Medeiros de Britto Pereira, Regina Jakubo-

MSN, assumindo a condição de pessoa com gagueira e um papel importantíssimo de modificador da sociedade”.

8 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO

EDIÇÃO 64 - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2005

DIREITO CONFIRMADO NA JUSTIÇA Fonoaudiólogos podem solicitar exames e avaliações complementares O fonoaudiólogo pode solicitar exames e avaliações complementares a

259) ou implantar (por si só, sem o auxílio de outro profissional de saúde)

em ação ordinária, as três resoluções emitidas estritamente dentro das

outros profissionais da área da saúde, que o auxiliem no bom desempenho de

programas de triagem auditiva neonatal (Resolução 260).

prerrogativas estabelecidas pela legislação que regulamenta a atividade

seu trabalho e no diagnóstico e na evolução do tratamento fonoaudiólogo

Uma decisão judicial da 20a Vara Federal do Distrito Federal, proferida

profissional. Quem lê a decisão, escrita em

de seu paciente. Este procedimento, indispensá-

em 30 de setembro, confirma de vez essa conquista e dá o respaldo jurídico

bom “juridiquês”, talvez não se dê conta imediatamente do alcance desta

vel ao bom exercício da profissão, já estava definido desde março de 2000,

para que seja contestada qualquer negativa de solicitação de exame ou

decisão judicial. Ela respalda e garante, em um momento delicado das relações

através da Resolução 246, emitida pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia,

avaliação ou em relação a atuação do fonoaudiólogo em empresas de

inter-profissionais, motivado pelo projeto de lei que institui o chamado

mas era com frequência questionada, particularmente por convênios e

aparelhos ou na realização de triagem auditiva neonatal.

“ato médico”, a autonomia do profissional fonoaudiólogo na utilização dos

planos de seguro-saúde. Além disto, também não existe

A vitória dos fonoaudiólogos ocorreu em ação ordinária apresentada

recursos indispensáveis para a avaliação, diagnóstico e tratamento de

nenhuma objeção sobre o fato do fonoaudiólogo trabalhar em empresas

pela Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia contra o Conselho Federal

seus pacientes. Este é o texto da sentença, em

de aparelhos auditivos (Resolução

de Fonoaudiologia, que tentava anular,

sua parte final:

Desse modo, é legal resolução que estabelece

Releva notar, por fim, que na hipótese dos autos

procedimentos para a prática profissional, desde que se lhe subentenda, por interpretação conforme a lei, que as

cuida-se de processo que tem por objetivo as resoluções abstratamente consideradas, de sorte que em havendo

atribuições ali previstas devem estar efetivamente relacionadas e circunscritas à área de Fonoaudiologia.

possibilidade interpretação conforme, não me parece possível declarar-se a nulidade de tais resoluções. Com

Tenho, assim, que a solicitação de exames complementares, bem como a emissão de diagnóstico, a indica-

efeito, não nos autos qualquer indicação no sentido de que a interpretação dada pelo Réu às resoluções guerrea-

ção de procedimentos ou estabelecimento de tratamento de disfunções são atribuições que não interferem

das refoge aos limites legais, de sorte que não resta alternativa senão julgar improcedente o pedido.

naquelas atribuições específicas dos médicos otorrinolaringologistas, desde que sejam entendidas tão-somente

Por isso, IMPROCEDENTE o pedido.

como formas de viabilizar o desenvolvimento de trabalhos de prevenção, avaliação e terapia fonoaudiológicas

Brasília-DF, 30 de setembro de 2005 Marcio Luiz Coelho de Freitas

na área da comunicação oral e escrita, voz e audição, bem como em aperfeiçoamento dos padrões da fala e da voz.

Juiz Federal Substituto Da 20ª Vara Federal/DF

Para obter o te xto integral das Resoluções 24 6, 259 e 26 0, texto 246, 260, e também a decisão judicial da 20a V ara F ederal de Brasília, acesse o site do C R Fa. 2 a Região, Vara Federal CR em www .fonosp.org.br www.fonosp.org.br EDIÇÃO 64 - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2005

REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 9

19 de outubro: mobilização nacional contra o PL do Ato Médico

Destacar a atuação de fonoaudiólogos que desenvolve-

No Dia da Mobilização Nacional - 19 de outubro a Comissão Nacional contra o Projeto de Lei do Ato Médico, formada por 58 membros de entidades representativas de todas as categorias profissionais de saúde (Conselhos Federais, Conselhos Regionais, Sindicatos e Associações), reuniu-se em Brasília (DF) com a Senadora Lúcia Vânia, relatora do projeto na Comissão de Assuntos Sociais e entregou documento com suas contribuições para a minuta que havia sido redigida em parceria com o Conselho Federal de Medicina. A coordenação do movimento cobrou a realização de audiências públicas para que a sociedade possa conhecer e debater o texto que será votado na CAS. A senadora garantiu que a próxima reunião será entre as entidades representativas da Medicina e a coordenação do Movimento Nacional Contra o Ato Médico. A partir

ram ações marcantes na divulgação da profissão; criaram, estimularam ou participaram de ações sociais em benefício da população; estiveram envolvidos em atuações políticas no reconhecimento da Fonoaudiologia , participaram de atividade pioneiras relevantes ou têm papel importante na história da Fonoaudiologia. Este é o objetivo do prêmio Destaque da Fonoaudiologia, criado pelo Conselho Regional de Fonoaudiologia 2ª Região para, através do voto dos próprios fonoaudiólogos reconhecer este desempenho e, ao mesmo tempo, homenagear todos os profissionais do Estado de São Paulo na comemoração do Dia do Fonoaudiólogo, em 8 de dezembro próximo, no auditório da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo (a comemoração foi antecipada em razão desse tradicional local das comemorações estar reservado para evento interno no dia 9).

Dia do Fonoaudiólogo em São Paulo

desse encontro é que a senadora pretende marcar as audiências públicas. A fga. Maria Thereza Rezende, presidente do Conselho Federal de Fonoaudiologia e atual coordenadora do Movimento Nacional Contra o Ato Médico, fez questão de ressaltar na entrega do documento que o movimento é contrário à subserviência e à reserva de mercado, mas a favor da integridade e do respeito entre profissionais da saúde e do atendimento ao usuário, por meio de equipes multiprofissionais e interdisciplinares. Em todo o Brasil, foram realizadas manifestações e atos de conscientização da sociedade no dia 19 de outubro. No Estado de São Paulo, os Conselhos de Fonoaudiologia, Nutricionistas, Odontologia e Psicologia divulgaram mensagens em painéis eletrônicos da capital paulista com mensagens contrárias a esse projeto e coletaram assinaturas em abaixo-assinados nas universidades paulistas. Faixas também foram afixadas pelo CRFa 2a. Região em suas sedes. 10 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO

Em Santos, Semana da Fonoaudiologia Em Santos, o Fórum de Fonoaudiologia da Secretaria Municipal de Saúde programou uma “Semana da Fonoaudiologia”, para comemorar o Dia do Fonoaudiólogo. No dia 5 de dezembro fará palestras aos pais das crianças inseridas nas creches e EMEIs do município; no dia 6, atividades específicas em unidades de Saúde; no dia 7, triagem auditiva no Centro de Referência em Triagem Auditiva e no dia 8, evento em praça pública, com apresentação de coral formado por crianças em atendimento nos CVCs. A comemoração será encerrada em 9 de dezembro com evento no Paço Municipal, quando serão apresentados os resultados dos programas desenvolvidos pelas fonoaudiólogas da Secretaria Municipal de Saúde e as propostas de atuação para o próximo ano. A programação conta com o apoio do CRFa, através de sua Delegacia em Santos EDIÇÃO 64 - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2005

DESTAQUE DA FONOAUDIOLOGIA 2005

Dez fonoaudiólogas indicadas Estão concorrendo ao prêmio dez fonoaudiólogas, cujos critérios de seleção levaram em conta os seguintes aspectos: esforços que desenvolveram, e ainda desenvolvem, na divulgação da profissão dentro e fora do país; ■



atuação política;



empreendedorismo nas ações;



responsabilidade social.

Célia Maria Giachetti,



Fernanda Papaterra Limongi,



Heliana Campanatti,



Ieda Russo,



Irene Marchesan,

Leslie Piccolotto,



Márcia Tiveron de Souza,



Maria Martha Souza Lima Brant da S. Carvalho,



Maria Teresa Pereira Cavalheiro e



Teresa Momensohn.

Para votar, o fonoaudiólogo deverá acessar o site do CRFa 2ª. Região e escolher um dos nomes relacionados. Serão

Os nomes que participam da votação são estes, apresentados em ordem alfabética: ■



homenageados os três mais votados. Os perfis profissionais destas dez fonoaudiólogas estão disponíveis no site. A premiação não tem o objetivo de homenagear destaques na área científica ou acadêmica, pois esta premiação já é realizada pela Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, por ocasião de seu congresso anual. Somente votam os profissionais inscritos no CRFa 2ª. Região. Contamos com sua participação. Acesse http://www.fonosp.org.br e dê o seu voto.

Na capital paulista, o Dia do Fonoaudiólogo será comemorado antecipadamente, em 8 de dezembro, às 19:30 horas, no auditório da Assembléia Legislativa.

Em Ribeirão, palestra sobre Marketing Em comemoração ao Dia do Fonoaudiólogo, a Delega-

Em Marília, ação conjunta A Delegacia de Marília está estruturando com a Secretaria de Saúde uma semana de divulgação e orientação

cia de Ribeirão Preto está organizando palestra sobre Marketing em Fonoaudiologia e Empreendedorismo,

sobre a Fonoaudiologia nas unidades de saúde que não contam com fonoaudiólogos e, também, um dia de

seguido de coquetel. Entre em contato com a Delegacia de Ribeirão Preto

mobilização,para divulgação de orientações e informações à população. No dia 9 de dezembro será realizado happy hour.

para obter detalhes sobre horários e locais da programação a ser desenvolvida.

Contate a Delegacia de Marília para obter a programação detalhada.

I Fórum sobre Políticas de Saúde Auditiva Data: 03 de dezembro Acompanhe a programação no site do CRFa e inscreva-se até dia 30 de novembro EDIÇÃO 64 - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2005

REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 11

ONG Grupo Vida Barueri

FOTO: ELISIARIO COUTO/INSERT

SEXTA REPORTAGEM DE UMA SÉRIE

P

romover uma melhor qualidade de vida aos idosos com relação à

linguagem, motricidade oral, cognição, fala e voz. Foi com este objetivo, que um grupo de fonoaudiólogas de Barueri (na região oeste da

FOTO: ELISIARIO COUTO/INSERT

Fonoaudiólogos promovem q Grande São Paulo) decidiu criar em 2003 o grupo Fonoaudiologia e Terceira Idade, para atuar junto à população idosa do município. Os primeiros passos para a consolidação dessa intervenção fonoaudiológica haviam sido iniciados cinco anos antes, em 1998, através da fga. Maria Isabel Vicari, que constatou a oferta desse atendimento por parte de psicólogos, médicos, professores e outros profissionais de saúde, mas não de fonoaudiólogos. Decidiu então começar a atender idosos no seu consultório, encaminhados inicialmente pela prefeitura do município (provenientes de seu Centro de Convivência) e, depois, por uma ONG – o Grupo Vida Barueri – que estava assumindo a responsabilidade por essas ações em Barueri. Esta ONG 12 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO

EDIÇÃO 64 - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2005

havia sido fundada em setembro de

sob a orientação da fga. Maria Isabel

avaliados e indicados para trata-

1997, voltada exclusivamente ao atendimento acima de 60 anos de Barueri.

Vicari que, por opção, preferiu continuar o trabalho voluntário.

mento. Em agosto, as terapias fonoau-

Este atendimento persistiu por quase dois anos, interrompido pelo

Paula e Flávia focam sua atuação nos problemas de linguagem, enquanto

diológicas individuais dos oito idosos tiveram início. Dois deles

mestrado da fonoaudióloga. Ao final do mestrado, em 2003, retornou o

Caroline atende a parte de voz e disfagia.

eram atendidos nos próprios consultórios de duas das fonoaudiólogas

atendimento, mas com uma proposta de trabalho não mais voltada aos

“É importante que outros colegas percebam que é possível

(a ONG providenciava o transporte semanal desses pacientes) e os

idosos do Centro de Convivência, mas também aos residentes do antigo asilo

começar com um trabalho social voluntário para posicionar a Fonoau-

outros seis, na própria Residência, em razão das dificuldades de loco-

de Barueri, cuja responsabilidade havia sido transferida da prefeitura

diologia e, a partir daí, abrir um novo campo de trabalho”, argumenta

moção que apresentavam. A Residência abriga hoje 35

para o Grupo Vida Barueri. A demanda era grande e era

Maria Isabel Vicari. “Foi um ganho e tanto”,

idosos, dos quais 10 extremamente dependentes, muitos deles em início

qualidade de vida em idosos imprescindível ampliar o projeto. A fga. Isabel obteve o apoio de outras

complementa a fonoaudióloga Paula Ligeri Sacomano. “No consultório,

de processo demencial. “Notávamos que, apesar de morar no mesmo

quatro fonoaudiólogas de Barueri Caroline Sarkovas, Karin Genaro (não

não tínhamos tanto contato com idosos. No início foi um choque. Eu

local, eles não conversavam uns com os outros, não interagiam”, relata a

mais na equipe), Flávia Miriam Carneiro Rodrigues e Paula Ligeri

cheguei a pensar em não continuar. Persisti e ganhei muito em experiên-

fonoaudióloga Paula Ligeri Sacomano. “A partir daí, surgiu um novo

Sacomano - todas para uma atuação voluntária. “Havíamos sido informa-

cia profissional e pessoal”. O planejamento e estruturação

projeto, que denominamos Atender é Preciso, para resgatar a comunicação

das que naquele momento não seria possível contratações, por falta de

do projeto de atuação se deu através da pesquisa de literatura relativa à

que se perdia”. No Centro de Convivência,

recursos financeiros. Sabíamos que já havia uma equipe multidisciplinar

terceira idade e específicos em relação à área da Fonoaudiologia. Em paralelo,

duas fonoaudiólogas realizam atendimento através de grupos de

contratada na instituição, exceto na área da Fonoaudiologia. Decidimos

foi desenvolvida uma revisão dos protocolos de anamnese e avaliação.

estimulação de linguagem. “O objetivo desta fonoterapia em grupo

que atuaríamos todas, em um ano de trabalho voluntário, em um período

As profissionais foram encarregadas de preparar e apresentar um seminá-

é estimular a linguagem oral, a comunicação e a integração dos

finito... Entendíamos que a Fonoaudiologia precisava ter seu espaço na

rio com temas específicos da área, o que ocorreu de maio a junho de 2003.

componentes. Este grupo tem se encontrado semanalmente, logo

Residência de fato, mesmo que não fosse com a gente”.

Em julho desse mesmo ano a equipe foi pela primeira vez à

após os atendimentos individuais e conta com a participação voluntária

Em novembro de 2004, as três fonoaudiólogas foram contratadas e,

Residência para realizar a triagem dos pacientes, fazer a anamnese e a

de idosos. Em média, a freqüência é de dez participantes”, relata Flávia

desde então, integram a equipe multidisciplinar do Grupo Vida, com

avaliação dos idosos que haviam sido indicados pela geriatra da instituição

MiriamCarneiro Rodrigues. Um outro projeto – Prevenção e

a mesma carga honorária de psicólogos, fisioterapeutas e terapeutas

e que necessitavam de uma avaliação fonoaudiológica imediata. Outros

Saúde – é também desenvolvido no Centro de Convivência. A fonoaudiólo-

ocupacionais da instituição. Atuam

cinco pacientes foram também

ga Flávia relata que está sendo

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REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 13

humana, aparecem perguntas

temos muito contato com a família

participam de um grupo de teatro, para trabalhar a voz. Nesse mesmo

incríveis...”, comenta a fga. Caroline.

dos residentes (aliás, muitos nem têm mais família) e, para sanar esta

Centro de Convivência, são realizados encontros com idosos e seus familia-

Avaliaçãoo contínua. A equipe se reúne quinzenalmente,

barreira foram criadas reuniões, coordenadas pela psicóloga, com os

res, para esclarecer e informar sobre os diferentes aspectos trabalhados

desde agosto de 2003, para discutir e avaliar os casos atendidos, onde se

familiares dos residentes, para responder aos questionamentos

pela equipe. O atendimento nessa unidade chega a 300 idosos diaria-

apontam pontos facilitadores e negativos para o trabalho. “São

sobre a rotina da residência, como as relacionadas com a alimentação”.

mente, em atividades que vão de aulas de dança a corais.

analisados casos específicos de idosos, para se aquilatar se ocorre a

Caroline, especializada em voz, explica a esses parentes o motivo da

Na Residência, semestralmente, as fonoaudiólogas realizam

melhoria do quadro geral desse paciente ou se é apenas parcial”,

prescrição de alimentação, complementando o trabalho da nutricionis-

palestras de orientação e informação com o objetivo de esclarecer e dar

sintetiza fga. Maria Isabel Vicari. “Há uma interação muito grande

ta.

condições de atendimento aos auxiliares de Residência. O grupo

com a equipe. Não são discutidas apenas as questões relacionadas com

também ministra palestras para os familiares dos idosos e para os

a saúde, mas do seu envolvimento familiar de egresso”. A proposta de

agentes de saúde da prefeitura. “Os temas são indicados por

trabalho do Grupo Fonoaudiologia e Terceira Idade não visa apenas

eles, algumas vezes sobre linguagem, em outras ocasiões deglutição ou

oferecer serviços para a comunidade, mas também promover estudos

voz... Com essas palestras também atingimos o idoso que está acamado,

sobre a terceira idade, para embasar o trabalho com os idosos.

que não pode chegar ao Grupo Vida e precisa de uma orientação mais

Caroline lembra que na coordenação da Residência existem anota-

direta. Quando começamos a falar sobre problemas de voz, ou de

ções consolidadas, efetuadas por todos os profissionais, que ali

disfagia ou qualquer outro tema da área dos distúrbios da comunicação

atuam, para que todos estejam a par da situação de cada paciente. “Não

FOTO: ELISIARIO COUTO/INSERT

iniciado um grupo de idosos que

“Do ponto de vista dos distúrbios da comunicação, as necessidades dos idosos são absolutamente iguais às dos demais pacientes, embora com condições bem diferenciadas, em função das diferenças sócio-econômicas e culturais”, pontua a fga. Maria Isabel Vicari. “No GrupoVida, ao trabalharmos a estimulação da cognição e a linguagem, encontramos barreiras enormes porque, em geral, são analfabetos. Estamos sempre procurando sanar essas dificuldades. Quando não é possível o atendimento direto – por exemplo, os relacionados a audiometria – recorremos a colegas ou a serviços, como o laboratório da Escola Paulista de Medicina e ao Cefaquinho”. “O que fazemos aqui é fonoterapia. Não trabalhamos com o emocional do idoso, mas não vamos ignorar esse emocional, procuramos saber suas necessidades e encaminhar para o profissional competente ou solicitar a orientação para atuar em determinadas situações. Temos que lembrar que, antes de ter um distúrbio da comunicação, ele é um idoso. Esse é o nosso perfil no atendimento”.

14 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO

EDIÇÃO 64 - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2005

CONSULTAS PÚBLICAS POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO ONCOLÓGICA E POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO AO PACIENTE CRÍTICO

CRFa solicita inclusão do fonoaudiólogo Considerando a importância epidemiológica do câncer no Brasil e sua

positivamente para a sobrevida e qualidade de vida do paciente oncológi-

Diante desta afirmação, o CRFa. 2a Região/SP se manifestou e enviou ao

magnitude social, bem como a necessidade de aprimorar e implementar a

co, o CRFa 2a Região encaminhou ofício ao Ministério da Saúde, informando

Ministério da Saúde dados sobre a atuação do fonoaudiólogo nas equipes

“Política Nacional de Atenção Oncológica”, o Ministério da Saúde publicou

sobre a atuação do fonoaudiólogo na área de Oncologia e requerendo a

interdisciplinares das Unidades de Terapia Intensiva e Semi-intensiva,

portaria com a minuta da referida política, com a finalidade de submetê-la

inserção deste profissional na equipe de apoio multidisciplinar.

requerendo a inserção deste profissional nas equipes.

à consulta pública. Tal iniciativa do Ministério possibilitou, a toda pessoa ou

Com relação à “Política Nacional de Atenção ao Paciente Crítico”,

entidade, o envio de sugestões sobre o documento.

também submetida à consulta pública, constatou-se que o fonoaudiólogo não

A atuação do fonoaudiólogo em Oncologia tem avançado ao longo dos

foi incluído nas equipes das diversas unidades de cuidado, citadas na minuta

últimos anos, estando este profissional inserido em inúmeras equipes multidis-

do documento. Porém, de acordo com a publicação “as estruturas/equipamentos

ciplinares, de hospitais de referência no tratamento do câncer. Porém, o fonoaudiólogo não foi incluído na equipe de

de atendimento ao paciente crítico/ potencialmente crítico deverão estruturar sua equipe de atenção à saúde dentro

apoio multidisciplinar das unidades de assistência de alta complexidade em

dos princípios da interdisciplinaridade e da humanização, com enfoque nas

Oncologia e dos serviços isolados de Radioterapia e/ou Quimioterapia,

necessidades do usuário, na integralidade assistencial e no respeito à participa-

citados na portaria. Com o objetivo de garantir um

ção efetiva dos diferentes profissionais envolvidos na atenção ao paciente

atendimento integral, contribuir

crítico/potencialmente crítico.”

Laramara lança máquina de escrever em braile 100% nacional Foi apresentada em 30 de agosto, em São Paulo (SP), a primeira máquina de escrever em braile 100% nacional. O projeto foi desenvolvido pela Laramara – Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual , de São Paulo (SP), em parceria com o sistema Fiesp-Senai. O objetivo é nacionalizar a produção integral da máquina ainda este ano. Ela é constituída por 756 peças, das quais 354 são totalmente diferentes. A Laramara disponibilizou uma área de 500 m2 em suas dependências no bairro de Campos Elíseos para instalar a fábrica, que será a primeira da América Latina. A máquina, que permite a alfabetização e a preparação para o mercado de trabalho de deficientes visuais, deverá custar cerca de um terço do modelo importado, segundo seus criadores. EDIÇÃO 64 - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2005

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Sorocaba vence Campanha da Voz de 2005

Eventos da ONG Vez da Voz têm apoio do CRFa

O último evento de inclusão social da ONG Vez da Voz em 2005 será realizado no dia 10 de dezembro próximo no Boa Vista Shopping, no bairro de Santo Amaro, em São Paulo (SP). A comemoração do prêmio obtido pelos profissionais de Sorocaba foi realizada em 21 de outubro, na sede da Sociedade Médica de Sorocaba. Na foto, a equipe de fonoaudiólogos e otorrinolaringologistas vencedora O trabalho de uma equipe de fonoaudiólogos, profissionais liberais,

intervenção específica em prol da saúde da população. “Todas as especialistas em

em ação conjunta com médicos otorrinolaringologistas, desenvolvida no

voz contribuíram para o planejamento e a realização da campanha e houve o

município de Sorocaba (SP) recebeu o prêmio de Melhor Campanha da Voz

engajamento de fonoaudiólogas de outras áreas que colaboraram intensa-

2005, concedido pela Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, no dia 30

mente nas diversas atividades”. A programação colocada em

de setembro de 2005, em Santos (SP), durante o XIII Congresso Brasileiro de

prática em 2005 incluiu seis palestras, voltadas a profissionais da voz (atores,

Fonoaudiologia. De acordo com a fga. Isabel

cantores, médicos, professores, estudantes de pedagogia e história, enfermagem

Cristina de Arruda, coordenadora do evento (juntamente com o otorrinola-

e massoterapia, educação física e letras), atingindo um total de 434 pessoas.

ringologista Rubem Cruz Swensson) esta foi uma experiência muito gratifi-

Foram ainda realizadas oficinas e vivências em 17 escolas, envolvendo

cante, pois a iniciativa partiu dos profissionais liberais, sem o respaldo de

mais de 1.700 alunos. A população recebeu esclarecimen-

nenhuma instituição. “O trabalho conjunto com os otorrinolaringologistas

to por meio de cartazes didáticos, vídeo e distribuição de folders em locais

foi um testemunho de ética e respeito mútuos, que nos trouxe grande cresci-

públicos como hospitais e SESC e de apresentações de corais em shopping

mento pessoal e profissional”, relata a fonoaudióloga, onde cada profissional

center. O número total de pessoas envolvidas superou a 5.300 pessoas,

deu sua contribuição e possibilitou uma

com ampla divulgação na mídia.

16 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO

Nessa ocasião será lançado, agora na capital paulista, o livro “Criança Genial”, o primeiro da série “Fazendo a Diferença”, da Editoras Paulinas, de autoria da fga. Cláudia Cotes. Este evento conta com o apoio do Conselho Regional de Fonoaudiologia da 2ª. Região. No dia 10 de dezembro serão realizadas oficinas de comunicação, com brincadeiras, braile, libras, sons, desenhos e letras e apresentações de canto e dança, com pessoas com deficiências (mental, auditiva, visual e física). A subprefeitura de Santo Amaro e outras dez instituições estão envolvidas no projeto.

Perdas e Roubos Fga. Aureni Martins Benatti (CRFa. 4620) comunica a perda de carteira e carimbo. Fga. Erica Veneroni Pinto (CRFa. 11045) comunica perda de carteira EDIÇÃO 64 - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2005

O personagem Otacílio, criado pelas fonoaudiólogas Ana Maria Torres e Raquel Munhoz, esteve presente no evento “Em conjunto no

FOTO: RONALDO ROCHA

Otacílio na avenida Paulista pelo IEAA, que participou desse evento mostrando a evolução das próteses auditivas. A Unitron Campinas viabilizou a presença do

Conjunto”, realizado das 12 às 14 horas do dia 25 de outubro no

personagem e a distribuição de livros para colorir.

Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, na cidade de São Paulo.

Muitas das pessoas que passaram pelo local reservaram quatro

Outubro é o mês da comunicação e uma série de eventos culturais

minutos de seu corrido horário de almoço, para vivenciarem na cabine

foram programados durante a semana de 24 a 31 em espaços da

“Ser Surdo” imagens com e sem sons de momentos importantes da vida.

avenida Paulista como Masp, Casa das Rosas, Itaú Cultural e Parque

selecionado para ser a Estação dos

O público recebeu folders e orientações sobre os cuidados com a

Especiais e lá estiveram entidades que trabalham com deficientes como

audição, ruído e surdez, zumbido, sinais da surdez, o desenvolvimento

Laramara, Derdic, Apae, AACD e Novo Olhar, entre outras.

auditivo do bebê e a importância da detecção e intervenção precoce da

Trianon. O Conjunto Nacional foi

O convite ao Otacílio foi feito

deficiência auditiva.

FOTO: CRFa 2a. REGIÃO

Presença no Congresso Brasileiro

O CRFa 2a. Região, em conjunto com os demais Conselhos Regionais e o Conselho Federal de Fonoaudiologia, participou do XIII Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia patrocinado pela SBFa, realizado em Santos (SP) de 27 a 30 de setembro, com estande (foto acima) e com palestra sobre classificação de procedimentos fonoaudiológicos. EDIÇÃO 64 - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2005

REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 17

FOTOS: ELISIARIO COUTO/INSERT

AYRTON SENNA RACING DAY

CRFa 2a. Região participa com três equipes O CRFa. 2a Região participou

Esta segunda maratona teve um

de oportunidades. A largada simbólica

com 24 profissionais, divididos em três equipes, que se revezaram na

diferencial importante: com a decisão de co-patrocinar o evento, a empresa Widex

dos 42 alunos do IESP chamou a atenção para a questão auditiva, como forma de

segunda edição da maratona Ayrton Senna Racing Day, realizada no

levou 328 participantes para o autódromo de Interlagos, 250 deles portadores

incentivar os demais participantes a superarem suas marcas e, ainda, mostrar

autódromo de Interlagos, em 12 de outubro. A competição contou com

de deficiência auditiva, entre os quais 42 crianças, alunos do IESP – Instituto

que a inserção do deficiente na sociedade é de responsabilidade de todos. “A

quase seis mil inscritos, segundo a empresa organizadora, Latin Sports,

Educacional São Paulo, instituição vinculada a DERDIC - Divisão de

idéia foi de mostrar que hoje as pessoas com perdas auditivas podem desfrutar

parte formada por atletas profissionais e – a absoluta maioria – por

Educação e Reabilitação dos Distúrbios da Comunicação da PUC-SP. O CRFa

da vida em seu máximo e superar todos os seus limites”, explicou Marcelo

pessoas preocupadas com a manutenção da sua qualidade de vida. A prova

participou da maratona integrando a equipe da Widex.

Smith de Vasconcellos, diretor da Widex Brasil.

teve por objetivo levantar fundos para o Instituto Ayrton Senna, que já

A motivação desta ação foi a de destacar a inserção dos deficientes

O CRFa 2a. Região, ao se envolver nesta maratona, valorizou a importância

beneficiou cerca de quatro milhões de crianças e jovens, em 24 estados

auditivos, dentro do conceito que todos nascem com potenciais e têm o direito

da participação dos fonoaudiólogos em eventos que integram cada vez a

brasileiros.

de desenvolvê-los e, para isso, precisam

profissão em ações sociais.

18 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO

EDIÇÃO 64 - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2005

CHILE, PERU e ESTADOS UNIDOS Três países, três visões da Fonoaudiologia Nesta edição, a Revista da Fonoaudiologia dá continuidade aos depoimentos de fonoaudiólogas do exterior que estiveram no Brasil em 12 e 13 de agosto para o I Encontro Internacional sobre Deglutição promovido em São Paulo pelo CEFAC.

Os depoimentos das fonoaudiólogas Pía Villanueva Bianchini e María Yolanda Aybar Orellana, do Chile; da terapeuta da linguagem Sharon Isabel Toyama Nakamatsu, do Peru e de Licia Coceani Paskay, dos Estados Unidos complementam os publicados na edição 63.

No Chile, novas áreas de atuação “A Fonoaudiologia está

800, segundo Pía, que lamenta a não existência, ainda, de uma legislação

constata desolada que apenas metade dos formandos se inscreve nesse

presente no Chile desde

específica para esse exercício profissional. Para o controle ético, o que se

Colégio. Todos os cursos de Fonoaudiolo-

1972, portanto há 33 anos. No entanto, durante quase 27 anos, a

dispõe é apenas a justiça geral. “Temos um Colégio Fonoaudioló-

gia oferecidos no Chile possuem cinco anos de duração, quatro deles para a

Faculdade de Medicina da Universidade do Chile foi a única instituição a

gico, com participação não obrigatória, que oferece pouco benefícios, o

licenciatura e o quinto de prática. “Recebemos formação em audição,

oferecer a opção deste curso”, relembra a fonoaudióloga Pía

que não estimula a adesão”. Pía

voz, linguagem (voltada tanto para o adulto como para a criança),

Pía VVillanueva illanueva Bianc hini Bianchini hini, fonoaudióloga há 13 anos, é

fala e motricidade (que no Chile chamamos de fonoes-

professora assistente da Escola de Fonoaudiologia e da Faculdade de

tomatologia)”, relata Pía. Em relação à motricidade oral, a

Odontologia da Universidade do Chile e da Universidade Mayor Chile

fonoaudióloga acredita que são oferecidas mais horas de

dois em Valparaiso e outros distribuídos em todo o país”.

e também do curso de graduação e pós-graduação de Ortodontia e

graduação do que no Brasil “Em compensação, não

O número de fonoaudiólogos no país gira em torno de

Ortopedia Dentomaxilar

temos as especialidades, que só deverão surgir no próximo

de Chile. “Há cerca de seis anos surgiu o segundo curso e hoje eles já são 10, três deles na capital, Santiago, mais

FOTO: ELISIARIO COUTO/INSERT

Villanueva Bianchini, há 13 anos docente da Universidade

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REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 19

ano, na Universidade de Chile, na área

poucos trabalhem com pacientes

fonoaudiólogo atua mas constata a

de linguagem. A Universidade de Talca irá oferecer o primeiro mestrado,

oncológicos, porque é uma área devastadora sob o ponto de vista

falta de conhecimento de algumas delas, notadamente as relacionadas à

também em linguagem”. Novas áreas vêm surgindo. A

emocional, os profissionais (e os alunos) ficam mais ‘humanos’ ao ver

linguagem e à motricidade oral. Já em relação aos demais profissionais de

fonoaudióloga María Yolanda Aybar Orellana, atua, tanto na docência

que há pessoas como eles que estão sofrendo, mas que é possível criar um

Saúde, Pía lembra a existência no Chile do tecnólogo médico, que realiza

como na atividade clínica, com as questões ligadas à oncologia há pelo

caminho para ajudá-los. Nesta área aprendi que tudo que havia aprendido

exames de audição, mas que não efetua a reabilitação e, no campo

menos 13 anos, em um trabalho que reputa pioneiro. “É uma área nova,

e trabalhado em linguagem, em fala, em deglutição se reunia para ser utili-

específico da linguagem, a presença de psicopedagogos que estão se envol-

mas já dispomos de dois centros voltados ao câncer no Chile, um

zado, pois este é um transtorno em que todas as funções estão alteradas”.

vendo com as questões da oralidade (“embora, a bem da verdade, também

público e outro ligado a uma fundação privada. Com este tipo de paciente a

Pía Villanueva Bianchini vê com satisfação que a população já reconhe-

se note o fonoaudiólogo envolvido com a linguagem escrita...” pontua a

atenção é sempre inter, trans e multidisciplinar e conquista-

ce parte das patologias em que o

profissional).

FOTO: ELISIARIO COUTO/INSERT

mos o reconhecimento de nossos pares. Os demais

Ao lado destes conflitos María YYolanda olanda AAybar ybar Orellana Orellana, fonoaudióloga há 28 anos, está voltada

e áreas nebulosas, Pía destaca o bom relacionamento com os

para as áreas da voz, fala, linguagem e deglutição e atua há pelo menos 13

médicos otorrinolaringologistas. “Com o tempo esta

anos junto a pacientes oncológios em diversas instituições do país. É docente

relação deixou de ser hierarquizada, mas de mesmo nível.

alcançado”. “É um campo novo e

da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Diego Portales para a

Em minha especialidade, de motricidade oral, tenho um

gratificante”, destaca María Yolanda. “Embora ainda

Escola de Odontologia.

relacionamento excelente com os dentistas”.

profissionais de saúde reconhecem o esforço que estamos realizando nesta área e o resultado que temos

No Peru, avanço rápido Desde que foi entrevistada

demonstrando que esta profissão pode ajudar outras pessoas a se reabilitar

no meio hospitalar. Por outro lado, a demanda que é gerada começa a nos

pela primeira vez pela Revista

com maior rapidez. Com isso conquistamos um lugar na equipe interdisci-

preocupar, tal a lista de espera...”. Até o ano passado, Sharon se

da Fonoaudiologia, em maio de 2004, Sharon Isaabel Toyama Nakamatsu

plinar dos centros hospitalares”. A mesma conquista ocorre junto

lembra que eram duas as universidades que formavam fonoaudiólogos.

constata um crescimento do interesse pela Fonoaudiologia em seu país (a

à população. “Ela reconhece nossa profissão. Para nos registrarmos no

Hoje são três. “As primeiras turmas eram de 10,15 ou 20 alunos e hoje são

nomenclatura no Peru é, em realidade, ‘terapeuta da linguagem’, definida por

Ministério da Saúde antes temos que trabalhar um ano para o Estado, sob

de 40 ou 50. A busca pelo ingresso nos cursos de terapia da linguagem é cada

uma lei de exercício profissional aprovada neste ano). “Mais do que

forma gratuita, em zonas urbanas marginais. Com isso, a população de

vez maior. Neste ano, na universidade onde me formei, este foi o terceiro

isso, hoje temos profissionais em maior número e há mais hospitais com

nível social mais baixo tem a oportunidade de receber o atendimento

curso mais procurado, entre todas as áreas oferecidas e não apenas da

fonoaudiólogos em seus quadros. Antes, os demais profissionais não nos

fonoaudiológico. Esta estratégia foi muito boa para nos tornarmos

Saúde”. “Estudamos cinco anos na

conheciam bem e aos poucos fomos

conhecidos tanto da população como

universidade, com um ano completo

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inscritos no Colégio Profissional (que não é específico dos fonoaudiólogos, mas de todas as profissões de saúde, exceto Medicina), devemos ser em torno de 200 profissi-

docência em universidades,

FOTO: ELISIARIO COUTO/INSERT

dentro do hospital. Hoje,

onais. Este registro é obrigatório para em seguida se registrar no Ministério da Saúde e assim trabalhar em hospitais ou em clínicas”. Além do Ministério da Saúde, o profissional é habilitado também pelo Ministério de Educação. “Estamos colocando em andamento a criação de uma federação (que já está estruturada) para controlar o exercício profissional. Quem avalia eticamente a atuação profissional é, em primeiro lugar, o Colégio Profissional e depois os ministérios. Enquanto essa federação não surge, sentimos um impedimento muito grande para crescer, porque as especialidades não podem ser estabelecidas até que o Ministério de Educação defina claramente a

Sharon Isabel TToyama oyama Nakamatsu Nakamatsu, fonoaudióloga há oito anos, é presi-

este profissional é reconhecido e aceito através de

dente da Associação Peruana de Fonoaudiólogas, mestre em Reabili-

concurso e se nota cada vez mais a exigência pela presen-

tação de Saúde e docente da Universidade Nacional Federico Villarreal e

ça do fonoaudiólogo em lugares como UTIs, serviços

da Universidade Nacional Mayor de São Marcos.

de neonatologia, deglutição e respiração”.

Fonoaudiologia. Estamos trabalhando muito nisto, mas ainda não temos autorização para criar especialidades. Temos apenas os mestrados”. “Nossa autonomia é dependente de nós mesmos, de nossa capacidade de demonstrar que somos capazes de manejar as patologias que nos apresentam. Nós efetuamos a avaliação e discutimos o diagnóstico com a área médica e, cada vez mais, estamos fundamentando

No entanto, nem tudo são flores. Sharon se depara com psicólogos e professores que, com um ano de formação (até o ano passado eram necessários dois anos) atuam em terapia de linguagem. “Os únicos que ingressam nos hospitais, no entanto, somos nós, que estudamos cinco anos e estamos registrados no Colégio de Profissionais”. A produção científica em Fonoaudiologia ainda não é muito grande. “Nosso pais esteve golpeado economicamente durante muitos anos e as

melhor o que estamos fazendo”, garante Sharon. A autonomia do fonoaudiólogo tem muito a ver com o local de inserção deste profissional. “Nos cargos em nível hospitalar ou na

pessoas tinham que trabalhar para sobreviver. Todo trabalho de investigação em geral não é pago e são executados à medida do possível e nem sempre saem à luz, para publicação”.

Nos Estados Unidos, normas diferenciadas Nos

atuar especificamente nos hospitais”.

Estados Unidos, para atuar em

“O treinamento supervisionado que recebemos é de onze meses ou 36

manter estas licenças é necessária a realização de cursos periódicos. Esta

patologias da voz, há necessi-

semanas, ao final do qual recebemos um certificado, denominado de 3C –

educação continuada é mandatória. Em meu caso, a exigência é de, no mínimo,

dade de um curso superior de dois anos teórico e mais um ano prático. “Com sua

Certificate of Clinical Competence. As companhias de seguro-saúde

36 horas de curso a cada dois anos. Particularmente as companhias de

conclusão, este profissional pode começar a atuar, mas não ainda em hospi-

só credenciam os profissionais que tenham esse certificado 3C. Se, no

seguro e os hospitais fazem esta exigência de formação continuada”.

tais”, relata Licia Coceani Paskay, que atua em Los Angeles (Califórnia). “Para

entanto, decidir por atuar apenas no ambiente escolar, este documento não

Licia ressalta que estas normas são válidas para a região de Los Angeles, na

efetivamente trabalharmos em ambiente hospitalar necessitamos de um

é exigido, ressalva Licia, que é fully licensed, onde seja, é licenciada para

Califórnia, pois a legislação dos Estados Unidos é extremamente diferenciada

treinamento adicional, fornecido pela American Association of Speech Language

exercer seu trabalho tanto em seu Estado (Califórnia) como em âmbito

para cada estado norte-americano. “Em todos os estados, no entanto, existe a

Patology. Só assim estamos habilitados a

nacional.

exigência da licença estadual e da licença

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“Mas não para sempre... Para

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gem. O médico pode nos encaminhar

audiologistas e também dos psicólogos,

você mude de um estado para outro, mas será sempre necessário, verificar na

o paciente com a suspeita de problemas, mas somos nós que analisamos e

dos psiquiatras... Há uma grande cooperação, especialmente no ambiente

nova região, as exigências específicas que são solicitadas pelo State Licencing

definimos o atendimento para o distúrbio apresentado”. Já nos

escolar”. Uma discussão séria, amplamente

Board. Esta ausência de unificação torna complicado saber antecipadamente se

programas de seguridade social, o encaminhamento é sempre através do

debatida nos Estados Unidos nos dia de hoje, é a questão da prática baseada em

em um outro estado sua licença será válida ou não”.

médico. “Embora não tenhamos contato

evidências, que tem levado as companhias de seguro a exigir base científica

“O profissional que trabalha em hospital ou em clínica recebe apoio

direto com os audiologistas, os profissionais de patologia da voz nos Estados

da terapia a ser adotada. “Só por essa razão as publicações e a pesquisa são tão

para a pesquisa e para a publicação dos resultados”. O mesmo não ocorre com

Unidos apreciam trabalhar sob forma multidisciplinar, muito próximo dos

importantes. Por outro lado, vejo um aspecto negativo, porque se contrapõe à

os que trabalham na área escolar, que não recebem esse mesmo incentivo. “Trabalham, trabalham, trabalham... e isso é tudo...”, diz Licia. Licia destaca um aspecto importante: “somos

FOTO: ELISIARIO COUTO/INSERT

nacional. A licença nacional permite que

nós que sempre diagnosticamos os distúrbios de lingua-

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Licia Co ceani PPaskay askay é graduada em Coceani gerontologia, e com mestrado em fonoaudiologia. Trabalha com pacientes

experiência adquirida. Muitos têm essa experiência acumulada por 30 anos ou mais, mas não têm a pesquisa para

portadores de Alzheimer e Parkinson e, individualmente ou em grupo, com fala,

embasá-la. É a grande questão que se discute hoje nos

linguagem e cognição. Antes, trabalhou 15 anos como higienista dental na

Estados Unidos: experiência versus pesquisa”. Para Licia,

Itália.

ainda não foi encontrado esse ponto de equilíbrio...

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do Estado de São Paulo, que permitirá o acompanhamento e a manifestação em projetos de interesse dos profissionais de Fonoaudiologia. Com a assinatura

O protocolo de intenções, que vigorará por 24 meses, com possibilidade de prorrogação, foi assinado pela fga. Silvia Tavares de Oliveira, em nome do CRFa. 2a Região e pelos deputados Rodrigo Garcia, presidente da Assembléia FOTO: ELISIARIO COUTO/INSERT

O Conselho Regional de Fonoaudiologia 2a Região assinou protocolo de intenções com a Assembléia Legislativa

FOTO: ELISIARIO COUTO/INSERT

Protocolo de Intenções agiliza acompanhamento de projetos

desse instrumento de integração, a Assembléia Legislativa disponibilizará todas as informações legislativas de que dispõe em seu banco de dados, criando a possibilidade de atuar nos processos legislativos que alcancem a área de atuação do CRFa. Para isso, fornecerá acesso digital abrangente, através de senha própria, aos seus bancos de dados e serviços informatizados. Os objetivos do protocolo não se restringem a esse acesso: possibilitam, ainda, o desenvolvimento de estudos, intercâmbio, integração, cooperação técnica e cursos de interesse público e do setor representado pela entidade. O protocolo oficializa a participação do CRFa nas audiências públicas, eventos culturais, cursos, palestras e seminários promovidos pela Assembléia Legislativa paulista em temas relacionados ao campo de atuação da autarquia. A cerimônia de assinatura do

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Deputado Rodrigo Garcia e fga. Silvia Tavares de Oliveira assina-am protocolo de intenções (foto acima) em cerimônia que reuniu os Conselhos profissionais de São Paulo (ao lado)

Legislativa; Fausto Figueira, primeiro

convênio, que também envolveu os demais conselhos regulamentadores de

secretário e Geraldo Vinholi, segundo secretário. O ILP – Instituto do Legislati-

profissão e ordens profissionais do Estado de São Paulo, foi realizada no dia

vo Paulista será o responsável por sua implementação no âmbito legislativo.

4 de outubro. Para a fga. Silvia Tavares de Oliveira, presidente do CRFa 2a

De acordo com o Protocolo de Intenções, o CRFa 2a. Região e a Assem-

Região, este é um extraordinário instrumento de gestão, pois permitirá

bléia Legislativa se comprometem a desenvolver estudos quanto à possibilida-

incrementar institucionalmente o relacionamento com a Assembléia

de de intercâmbio, integração e cooperação técnica, visando a análise e sugestão

Legislativa do Estado de São Paulo e permitirá, de forma mais rápida e eficaz,

de proposições em assuntos de interesse público e do setor representado pela

fornecer subsídios para os trabalhos parlamentares e as ações legislativas.

entidade, bem como, estudos que visem o aprimoramento do legislativo.

REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 23

COMISSÃO DE ÉTICA e-mail: [email protected]

Fonoaudiologia e a mídia O Conselho Regional de Fonoaudióloga - 2a Região trabalha intensamente para divulgar a nossa profissão para a população e para os demais profissionais da saúde. Batalhamos também pela divulgação de trabalhos fonoaudiológicos importantes e/ou inovadores para os demais fonoaudiólogos. Ficamos muito felizes quando vemos fonoaudiólogos sendo entrevistados pelos mais variados meios de comunicação: televisão, revista, jornal, rádio, internet, etc. Neste sentido, gostaríamos de orientar os fonoaudiólogos sobre importantes questões a serem observadas para que a entrevista ocorra da melhor maneira possível, sem nenhum problema do ponto de vista ético. Sempre pergunte ao entrevistador, com antecedência, sobre a pauta da entrevista. Isto evita surpresas desagradáveis, principalmente quando são para rádio ou televisão, com transmissão ao vivo. Se tiver alguma dúvida não hesite em entrar em contato com o Conselho para orientações. A comissão de Ética também tem esta função. Consultar, diagnosticar ou prescrever tratamento em veículos de comunicação de massa são ações que constituem infração ética segundo o artigo 21, inciso II do Código de Ética. Portanto, devemos tomar o máximo cuidado quando solicitados a dar entrevistas na imprensa. Principalmente em programas de televisão e rádio, o fonoaudiólogo é quase sempre instigado pelo próprio entrevistador a dar exemplos e/ou demonstrações que envolvam estes aspectos. É necessário que o fonoaudiólogo deixe claro que somente uma avaliação fonoaudiológica é capaz de diagnosticar com exatidão os aspectos alterados e o tratamento a ser realizado. Caso a demonstração seja inevitável, leve uma pessoa que de fato tenha sido examinada cuidadosamente. Ao demonstrar algum exercício enfatize que o mesmo não deve ser feito sem antes receber uma orientação de um fonoaudiólogo, pois pode ser prejudicial a saúde. Ao tomar estes cuidados, o fonoaudiólogo irá se resguardar de eventuais

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problemas éticos e, ao mesmo tempo, divulgará nossa profissão com as máximas qualidade e credibilidade.

ORGANIZAÇÕES SOCIAIS E SERVIÇOS PÚBLICOS

Projeto de lei é questionado O projeto de lei 318/05, que qualifica entidades privadas sem fins lucrativos como Organizações Sociais (OS) e permite a transferência para elas da gerência e gestão de serviços públicos das áreas da saúde, educação, esporte, cultura e meio ambiente e passam a receber recursos orçamentários públicos, foi encaminhado em junho deste ano pelo prefeito de São Paulo, José Serra, para votação na Câmara Municipal de São Paulo em caráter de urgência. Desde que o Projeto de Lei foi encaminhado à Câmara, inúmeras discussões têm ocorrido em várias entidades da área da saúde, com ativa participação do CRFa 2a Região. Em audiência pública convocada pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Municipal de São Paulo, foram salientadas conseqüências preocupantes, se aprovado esse projeto. A primeira delas é a contratação de profissionais sem concurso público. A segunda, a inexistência de controle social, ou seja, a não participação de profissionais, usuários e gestores, de forma paritária, conforme preconiza a Lei Federal no 8.142/90, no acompanhamento, mediação e proposição das ações e fiscalização do uso dos recursos

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financeiros. Outros pontos criticados referem-se à indefinição quanto ao

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qualidade do serviço que será proposto. O texto integral no projeto de lei está no

cumprimento das políticas públicas atuais e o possível comprometimento da

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24 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO

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EDIÇÃO 64 - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2005

Fonoaudiólogos do setor público reúnem-se em Campinas

COMISSÃO DE ORIENTAÇÃO E FISCALIZAÇÃO e-mail: [email protected]

O que fazer, ao receber a visita da fiscalização?

A Faculdade de Fonoaudiologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, com apoio da direção do Centro de Ciências da Vida, hospedará o 8o Encontro de Fonoaudiólogos no Serviço Público, em 18 de novembro de 2005, com a expectativa de 250 participantes. A fga. Silvia Tavares de Oliveira, presidente do CRFa 2a Região deverá participar do encontro. O evento é realizado anualmente desde 1998, em comemoração ao Dia do Fonoaudiólogo. Voltado a fonoaudiólogos, estudantes de Fonoaudiologia e profissionais de áreas afins, o encontro tem por objetivo oferecer subsídios para a organização dos serviços de Fonoaudiologia no setor público e, ao mesmo tempo, reunir fonoaudiólogos para discutir suas práticas e buscar estratégias para enfrentar os desafios do trabalho no setor. Inicialmente realizado como um evento regional, ao longo do tempo expandiu sua área de abrangência para todo o Estado de São Paulo.

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A Comissão de Orientação e Fiscalização tem como competência orientar e fiscalizar o exercício profissional do fonoaudiólogo. Atualmente, estão sendo realizadas visitas a inúmeros locais de prestação de serviços fonoaudiológicos, como clínicas, consultórios, centros auditivos, hospitais, centros de saúde e escolas, na cidade de São Paulo e no interior do Estado. Existem fonoaudiólogos que demonstram preocupação exagerada quando recebem a visita de um fiscal. Esta reação é desnecessária, pois as visitas têm como principal função orientar o colega e verificar suas necessidades e condições de atuação profissional. ■ ao receber um fiscal, solicite sua carteira profissional de identificação; durante a visita, apresente sua sala de atendimento, bem como, os materiais, os equipamentos utilizados e os laudos de calibração/aferição dos ■

mesmos; ■ aproveite o momento para esclarecer dúvidas e solicitar legislações pertinentes à área; ■ caso não esteja tempo integral em seu trabalho, oriente a secretária para receber a fiscalização; ■ procure estar sempre atualizado, leia Resoluções, Pareceres, Normas, Recomendações do Conselho Federal de Fonoaudiologia, e o Código de Ética; ■ acesse nosso site www.fonosp.org.br e cadastre seu local de trabalho para divulgar seus serviços; ■ sempre que julgar necessário, entre em contato conosco, através do fone/ fax: (11) 3873-3788 - ramal 08 ou e-mail: [email protected].

REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 25

Conselhos de Fonoaudiologia publicam Manual Um novo “Manual dos Conselhos de Fonoaudiologia” foi lançado durante o último Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia, realizado em Santos no final de setembro. Com oito páginas, é dirigido aos acadêmicos em fase de conclusão de curso e aos novos profissionais, no momento em que se inscrevem nos Conselhos Regionais. O manual relata as atribuições dos Conselhos de Fonoaudiologia e seu modus operandi, detalha os procedimentos eleitorais, para inscrição de pessoa física e de pessoa jurídica, para atualização de cadastro, na convocação ao Conselho e em denúncia de irregularidades. O manual ainda traz um perfil das entidades voltadas à profissão – Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, Academia Brasileira de Audiologia e Sindicatos dos Fonoaudiólogos – e informações sobre pós-graduação. O manual é uma publicação conjunta do Conselho Federal de Fonoaudiologia e dos Conselhos Regionais e sua produção foi realizada pelo CRFa. 2a Região.

Saiu na imprensa... Programa do Ratinho A divulgação do Dia Internacional de Atenção à Gagueira, com depoimentos de pacientes e, em especial, da fga. Ignês Maia Ribeiro, que recomendou o máximo cuidado na escolha de um profissional para combater esse distúrbio de fluência, foram os destaques do Programa do Ratinho, exibido às 17 horas do dia 12 de setembro pela rede SBT. A fonoaudióloga alertou que tratamentos que estimulam o uso de truques, como o aumento ou diminuição do tom da voz, falar fino ou falar grosso, não resolvem a causa da gagueira. Apenas ocorre um mascaramento, temporário, que pode ainda provocar uma lesão irreversível nas pregas vocais.

Programa Ronnie Von A fga. Mara Behlau foi a entrevistada do Programa “Mãe de Gravata”, apresentado por Ronnie Von no dia 6 de outubro. Na ocasião, a fonoaudióloga abordou as diferenças de comunicação entre homens e mulheres.

Radio Trianon A fga. Irene Marchesan foi a entrevistada da rádio Trianon, no dia 25 de agosto, em programa transmitido das 13 às 14 horas. A entrevista girou sobre os problemas de fala em adulto e sobre os problemas de voz, em particular se os problemas de fala interferem ou não no desempenho profissional; se o adulto com alteração vocal deve procurar o tratamento; se ele sabe que é o fonoaudiólogo que trata estas alterações, quais são os principais problemas de fala... Esta entrevista possibilitou que a fonoaudióloga fosse convidada para nova entrevista, na rede Mundial, transmitida no dia 9 de setembro.

Vez da Voz Os eventos promovidos pela ONG Vez da Voz foram objeto de cobertura por parte de diversas emissoras. No dia 12 de setembro, a EPTV Campinas (afiliada da Globo) divulgou no JR2 (o jornal regional das 19 horas) as ações de inclusão social realizadas no Shopping Pátio Brasilia, em Brasília. No dia 1º. de outubro, a TV Vanguarda (afiliada da Globo no Vale do Paraíba) noticiou as ações realizadas no Jacareí Shopping no mesmo dia, no jornal das 19 horas. Em 12 de outubro, a rádio CBN Campinas entrevistou a fga. Cláudia Cotes no programa Jornal Brasil, com o jornalista Oliveira Andrade, sobre crianças com deficiência. No dia 22 de outubro foi a vez do Programa do Wood, exibido aos sábados das 13:30 às 14:15 horas pela TVB Campinas (afiliada do SBT), abordar em programa de estúdio a Fonoaudiologia, através de entrevista com as fgas. Cláudia Cotes e Lúcia Moreira. Uma estudante de jornalismo da UNIMEP também participou da matéria e falou sobre a importância da Fonoaudiologia junto aos profissionais da comunicação. No mesmo dia 22, a EPTV Campinas divulgou o lançamento do livro Criança Genial e a fga. Cláudia Cotes concedeu entrevista no programa Em Cena, voltado para as dicas culturais da cidade.

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